Não tenho mais duvidas: Cresci. Aquele papo de que “mas ainda tenho 19 anos” não cabe mais nesse pequeno dicionário da minha vida. E é esse crescer, envolvente da forma mais bruta e bela, esse desenvolver-se que me guia não sei por onde até o incerto algo do existir que me é dado como prêmio.
O que é crescimento? Indiferente de todos os mitos da humanidade injusta, crua e indefinida, é nada mais que a assustadora necessidade de uma surra materna, uma brincadeira de cócegas feita por um pai ou o escutar de um choramingo profundamente melancólico daquela que já viveu tudo o que tinha para viver, mas ainda assim permaneceu vivendo/choramingando por um bom tempo (talvez só para deixar essa cicatriz adoravelmente necessária). Vontade tremenda de voltar no tempo... Ou até mesmo de nunca existir.
Toda essa evolução não passa de mais uma página, dentre inúmeras, talvez infinitas anotações futuras de um saber completo de tudo. Algumas ocasiões deixam a certeza da insanidade, outras da intelectualidade. Somente o existir permite tais incertezas provando o valor do ser, ainda que caótico, mas presente. Sei do que é efêmero. A vida é efêmera.
Tento visualizar do ponto de vista externo esse voar sem objetivos, a indefinida migração dos pássaros em busca de um alimento que abasteça a coragem para continuar voando. Vejo o vazio, aterrorizada, mas conhecendo o numero de paginas que já li permaneço sem desviar os olhos medrosos desse nada. E o nada é tentador.
Sou absolutamente compelida a seguir nesse céu, horas verde azulado horas amarelo avermelhado. Tecendo contornos coloridos com asas que perdem a cada dia uma pena. Pintando fios de uma teia obstruída de misteriosas verdades improváveis. Simplesmente sendo/estando, aqui/agora.
E quando uma ave de passagem pela trilha do meu céu perguntar se vale a pena, eu não saberei responder; mas por algum motivo desconhecido, alguma força da tentação condutora desse nada, irei dar-te um abraço, animador ou não, e dizer: Voe!
Jenyffer Lisboa
14/03/2012 – 04:14
sexta-feira, 23 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
O meu existir é assim; recheado de todos os sabores...
Hoje acordei sóbria, porém indelicadamente sem emoção. Viver é presenciar sonhos ou pesadelos de cada dia, dos quais medo não tenho mais; vivo, apenas. Acordei para viver. Estou vivendo um pesadelo camuflado de sonhos de chocolate, sonhos recheados de todos os sabores, sonhos adoraveis.
O sonho de hoje foi olhar mais uma vez o brilho nos olhos de um sorriso com medo, apenas olhar. Não desejar tocar, não agora. Observar também é uma dadiva excitante para meu pesadelo sonhante. Admirei encantanda e depois, desencantei-me.
Pulso ardente,k quase febril, passeando pelos corredores longos e sem fim de um sonho; só mais um dentro outros espasmos da vida. E o pesadelo não acaba enquanto há vida, os sonhos não estragam durante a existencia do ser e as personagens vem e vão numa dança de sensações, algumas catarticas em emoções enquanto outras, simplesmente variações do existir.
O meu existir é assim; recheado de todos os sabores...
(12/03/2012)
O sonho de hoje foi olhar mais uma vez o brilho nos olhos de um sorriso com medo, apenas olhar. Não desejar tocar, não agora. Observar também é uma dadiva excitante para meu pesadelo sonhante. Admirei encantanda e depois, desencantei-me.
Pulso ardente,k quase febril, passeando pelos corredores longos e sem fim de um sonho; só mais um dentro outros espasmos da vida. E o pesadelo não acaba enquanto há vida, os sonhos não estragam durante a existencia do ser e as personagens vem e vão numa dança de sensações, algumas catarticas em emoções enquanto outras, simplesmente variações do existir.
O meu existir é assim; recheado de todos os sabores...
(12/03/2012)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Espere-me dizer ou não espere mais
Se um dia estas portas ousassem, abrir-se-iam em contraponto à luz. Nos contornos daquilo que seria feito o momento, teu semblante negro dizendo uma boa nova. Imagem categorica, vislumbre. Acordei com mil ideias e uma vontade de preencher em papel seda, moldar os contornos imprevisiveis de um tempo colado a essa imagem santa e depois... Queimá-la, aos susurros das folhas se desfazendo ao fogo, só para ver dali os vestigios de luz ao redor.
Mas e o depois? O momento, lento, é deliciosamente seu, meu, nosso. Deitei com um medo tremendo. Medo de dormir e acordar sabendo que estava apenas sonhando. Mas acordei, calna. Como uma pluma caindo sobre o chão percebi que os ventos trouxeram a brisa da minha manhã. E o depois... outras brisas, outras manhãs. Minha voz, ja quase rouca de tantos cigarros, ensaia um contorno de frases ditas e não ditas, contorna o ensaio de um adeus indesejavel, mas breve, espero. E é somente esse o dia, o esperar.
Esperar que talves se resuma no mover-se de portas, nos passos lentos de um dedo titubeando largado à propria leveza, na presença obvia e magica do acaso. Sendo tanta coisa e tão pouco: a espera. Porém cansei-me do relogio, e se há um depois que seja extamente a extensão deste imediato, escolho encontra-lo nos dedos. Ainda que prevaleça o vazio de outras horas, sei da carne e da presença; hoje o faço, pois tudo o que fiz do mundo, mundo mudo se desfez em mim.
M & J - 11/03/2012
Mas e o depois? O momento, lento, é deliciosamente seu, meu, nosso. Deitei com um medo tremendo. Medo de dormir e acordar sabendo que estava apenas sonhando. Mas acordei, calna. Como uma pluma caindo sobre o chão percebi que os ventos trouxeram a brisa da minha manhã. E o depois... outras brisas, outras manhãs. Minha voz, ja quase rouca de tantos cigarros, ensaia um contorno de frases ditas e não ditas, contorna o ensaio de um adeus indesejavel, mas breve, espero. E é somente esse o dia, o esperar.
Esperar que talves se resuma no mover-se de portas, nos passos lentos de um dedo titubeando largado à propria leveza, na presença obvia e magica do acaso. Sendo tanta coisa e tão pouco: a espera. Porém cansei-me do relogio, e se há um depois que seja extamente a extensão deste imediato, escolho encontra-lo nos dedos. Ainda que prevaleça o vazio de outras horas, sei da carne e da presença; hoje o faço, pois tudo o que fiz do mundo, mundo mudo se desfez em mim.
M & J - 11/03/2012
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